segunda-feira, 14 de novembro de 2011

MICHEL FOUCAULT



Um pensador que nunca se deixou capturar por classificações...



Dizia ele: "Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo".





Paul-Michel Foucault nasceu em Poitiers, na França, em 15 de outubro de 1926. filho de pai médico, com a expectativa de seguir a tradição de seus antepassados e herdeiro de toda uma geração de médicos de sobrenome Foucault, Michel tenta ingressar na Escola Normal Superior (em 1945), tendo sido reprovado na primeira vez que tentou.


Esse fato marcou a vida de Foucault, pois no Liceu, onde foi estudar em função dessa reprovação, foi aluno de Jean Hyppolite, importante filósofo que trabalhava o hegelianismo na França. Seu próximo passo é estudar, a partir de 1946, na Escola Normal Superior da França. Ai conhece e mantém contatos com Pierre Bourdieu, Jean-Paul Sarte, Paul Veyne, entre outros. Na Escola Normal, Foucault também é aluno de Maurice Merleau-Ponty. Dois anos depois, Foucault se gradua em Filosofia na Sorbonne. Em 1949, Foucault se diploma em Psicologia e conclui seus Estudos Superiores de Filosofia , com uma tese sobre Hegel, sob a orientação de Jean Hyppolite. Imagem: Edifício principal da Escola Normal Superior de Paris.

Em meio a angústias e descaminhos que levaram Foucault a algumas tentativas de suicídio, o pensador adere ao Partido Comunista Francês em 1950, ao qual fica ligado pouco tempo em função de desavenças políticas e de "intromissões" pessoais que o partido faz na vida de seus participantes, como foi o caso de Althusser e dele próprio. Em 1951, Foucault torna-se professor de psicologia na Escola Normal Superior, onde tem como alunos Derrida e Paul Veyne, entre outros. Neste mesmo ano ele trabalha junto ao Hospital Psiquiátrico de Saint-Anne.

Também na década de 1950, evidencia-se a afinidade de Foucault pelas artes. Podemos observá-lo estudando o surrealismo, por exemplo, em 1952 e René Char em 1953. Mais ou menos nesse período, Foucault segue o famoso Seminário de Jacques Lacan. Maurice Blanchot e Georges Bataille aproximam Foucault de Nietzsche, ao mesmo tempo em que ele recebe seu diploma em Psicologia Experimental (fase em que Foucault se dedica a Janet, Piaget, Lacan e Freud). Começa, então, a fase mais produtiva, no sentido acadêmico, na vida de Foucault. Fase esta que vai até o final da década de 1970. Em 1971, Foucault assume a cadeira de Jean Hyppolite na disciplina História dos Sistemas de Pensamento. A aula inaugural de Foucault nessa cadeira foi a famosa Ordem do discurso.

Aos 28 anos Publicou Maladie Mentale et Psychologie (1954; Doença Mental e Psicologia), mas foi com Histoire de la Folie - à l’âge Classique (1961; História da Loucura), sua tese de doutorado na Sorbone, que firmou-se como Filósofo. Neste livro, analisou as práticas dos séculos XVII e XVIII que levaram à exclusão do convívio social dos "desprovidos de razão". Foucault preferia ser chamado de "arqueólogo", dedicado à reconstituição do que mais profundo existe numa cultura - arqueólogo do silêncio imposto ao louco, da visão médica (Naissance de la clinique, 1963; Nascimento da Clínica), das ciências humanas (Les Mots et les choses, 1966; As Palavras e as Coisas), do saber em geral (L’Archeologie du Savoir, 1969; A Arqueologia do Saber).

Deixou inacabado seu mais ambicioso projeto, Historie de la Sexualité (História da Sexualidade), que pretende mostrar como a sociedade ocidental faz do sexo um instrumento de poder, não por meio da repressão, mas da expressão. O primeiro dos seis volumes anunciados foi publicado em 1976 sob o título La Volonté de Savoir (A Vontade de Saber) e despertou duras críticas. Em 1984, pouco antes de morrer, publicou outros dois volumes, rompendo um silêncio de oito anos: L’Usage des plaisirs (O uso dos prazeres), que analisa a sexualidade na Grécia Antiga e Le souci de soi (O cuidado de Si), que enfatiza a Roma Antiga.

Várias vezes esteve no Brasil, onde realizou conferências e firmou amizades como a de Roberto Machado. Foi no Brasil que pronunciou as importantes conferências sobre A verdade e as formas jurídicas, na PUC do Rio de Janeiro.

Em junho de 1984, em função de complicadores provocados pela AIDS, Foucault tem septicemia e isso provoca sua morte por supuração cerebral no dia 25. Discutido e estudado por várias áreas do saber, Foucault mostra-se como um pensador arrojado, um intelectual que, preocupado com o presente em que se encontra inserido, percorre os saberes em busca de uma crítica que subverta os esquemas de saberes e práticas que nos constituem e subjugam.



Para treinar um pouco o ouvido.

João Pontes.
(Desculpem o atraso, estava sem acesso à internet)

Um comentário:

  1. João!
    Que belle chose!
    Je suis très heureuse avec votre effort!
    Bravo pour votre Post, il est incroyable!
    Et nous vous comprenons.
    À plus!

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