“Não sei se sou um artista, mas preciso que acreditem que sou, para tentar sê-lo.”
François Truffaut
Diz algum ditado que a vida não tem ensaio geral; que cada ato faz parte da própria peça, sem possibilidade de retornos ou novas tentativas. Isso significaria que cada ínfimo gesto do cotidiano se revestiria de contornos absolutos, para sempre registrados em algum livro de créditos e débitos da eternidade.No curto intervalo entre duas perguntas, numa entrevista concedida em 1973, Truffaut dizia, com alguma ênfase, pensar em cinema tantas horas por dia e há tantos anos, que não conseguia deixar de comparar a vida e os filmes, e de lastimar que a vida não fosse tão bem agenciada, interessante, densa eintensa quanto as imagens.
Gostei muito do que pesquisei sobre Truffaut, realmente achei muito interessante e literalmente fiquei alguns dias assistindo os filmes, louca para saber o que aconteceria com Antonie Doinel nos filmes que eu viria posteriormente. =D
Aconselho sim mergulhar em seus filmes, pois pelo pouco que vi, e que li todos tem um conteúdo muito bom, não são filmes tradicionais, e sim possuem um diferencial. Não percam a oportunidade! Assisti primeiro Os incompreendidos, o primeiro longa que conta sobre Antoine Doinel que no filme se passa com 14 anos. Seus pais não lhe dão muita atenção, então ele mata aula para ir ao cinema e para sair com os amigos. Daí, ele descobre que sua mãe tem um amante. Muito legal essa relação da rigidez da época e a rebeldia dos meninos.
Antonie et colette é o segundo filme da série, conta a história do primeiro amor dele, bem engraçado! Em situações de adolescente mesmo. São 5 filmes que compõem essa série, segue com Beijos proibidos, depois Domicílio conjugal e enfim Amor em fuga. Que vou deixar pra vocês descobrirem a história assistindo-os! O mais legal é que Truffaut usou o mesmo ator para compor os filmes Jean
Pierre Leaud. Vi todos no Youtube, só tem legendado em inglês.
Para não perder o costume...
"Era um cineasta francês (06/02/1932-21/10/1984). Nasceu em Paris, filho de operários, e logo ficou órfão. Foi criado num reformatório e teve uma infância problemática. Freqüentava o cinema já aos 7 anos e lia muito, mas com 14 anos abandonou a escola para trabalhar numa fábrica. Aos 15 anos, em um cineclube, encontrou o crítico André Bazin, que se tornou seu protetor. A experiência da infância difícil é revisitada em vários de seus filmes, como Os Incompreendidos (1959). Bazin o tira da prisão e lhe oferece emprego. Truffaut, então com 19 anos, vai trabalhar na revista Cahiers du Cinéma, onde escreveu textos agressivos contra o cinema francês da época, que considerava caduco e convencional Em 1954 dirige seu primeiro curta. Dois anos depois, trabalha como assistente do diretor Roberto Rosselini. Em 1957 casa-se com Madeleine Morgenstern, filha de um distribuidor de filmes. Entre suas obras se destacam Jules e Jim - Uma Mulher para Dois (1961), Fahrenheit 451 (1966) e A História de Adele H (1975). Trabalha como ator em seus filmes Garoto Selvagem (1970) e A Noite Americana (1973), homenagem ao cinema que recebe o Oscar de melhor filme estrangeiro. Morreu aos 51 anos de câncer."
Não tive mais muito tempo para assistir outros filmes, pena que não posso comentar e indicar mais para vocês, pretendo assistir mais e espero que você também tenham tido interesse de assisti-los também!
"Bem, você vai para o seu quarto...
vai reler o roteiro, vai estudar um pouco e vai tentar dormir.
Amanhã é trabalho e o trabalho é o mais importante.
Não se faça de idiota, Alphonse, você é um ótimo ator, o trabalho vai bem.
Eu sei, existe a vida particular, mas ela é difícil para todos.
Os filmes são mais harmoniosos que a vida.
Não há engarrafamentos nos filmes, não há tempo perdido.
Os filmes avançam como trens, entende ?
Como trens na noite.
As pessoas como eu, como você, você sabe disso...
são feitas para serem felizes no trabalho, no cinema.
Até logo, Alphonse.
Conto com você. "
Noite Americana - François Truffaut
Postado por Mariana Prysthon
Moi, je suis très contente avec votre enchantement!
ResponderExcluirEu realmente fiquei emocionada com seu Post, que bom que você dedicou dias assistindo os filmes dele, eu sou uma fã incondicional de Truffaut!
E por um segundo achei que era eu (e não você) escrevendo tudo isso; a primeira vez que vi "Os incompreendidos" eu não conseguia nem dormir direito, pensava no roteiro, na fotografia, naquela trilha sonora lindíssima e não via mesmo a hora de continuar a história de Antoine Doinel nos outros filmes.
Et j'ai beaucoup des films ici chez moi, je peut vous prêter si vous voulez, d'accord?
C'et pour vous:
"Je fais des films pour réaliser mes rêves d'adolescent, pour me faire du bien et, si possible, faire du bien aux autres (Truffaut).