quarta-feira, 15 de junho de 2011

Paul Verlaine

Poeta francês, nascido em 1844, de vida considerada atribulada e escandalosa, cuja poesia reflete a contradição entre uma conduta deplorável e um ideal quase primitivo de pureza e misticismo. Verlaine nasceu em Metz e fez seus estudos secundários em Paris, entrando depois, como funcionário, para a Prefeitura. Já nessa época, frequentava a boêmia dos cafés parisienses, sendo um funcionário relapso e pouco assíduo. É então que descobre a poesia.

No final do século 19, os críticos incluíram Verlaine entre os chamados "poetas malditos", como Arthur Rimbaud. A expressão, aliás, é do próprio Verlaine, eleito em 1894 o "Príncipe dos Poetas", ao final de uma vida desregrada por Paris, Rethel, Bruxelas e Londres.

Inquieto e instável, o poeta conquista por algum tempo o equilíbrio e paz, quando se casa em 1870 com Mathilde Meauté. Porém sucedem-se logo os mal entendidos conjugais e Verlaine retoma seus antigos hábitos boêmios. Liga-se então ao jovem poeta Rimbaud e em sua companhia perambula pela Inglaterra e a Bélgica. Em julho de 1873, em Bruxelas, sob a influência da bebida, atira duas vezes no amigo.

O poeta foi preso e condenado, passando dois anos na prisão. Em 1874 "Romances sem Palavras" foi lançado. Verlaine, em seu cárcere de Mons, compôs poemas místicos, marcas de arrependimento, que foram publicados posteriormente em "Sabedoria" (1881) e "Outrora e recentemente" (1884), mas também poemas eróticos, como em "Parallèlement" (1889).Durante os dois anos de prisão em Mons vem a saber que a esposa pedira divórcio. Profundamente abalado, Verlaine se converte a fé católica. Testemunhas dessa fase de crise e conversão, são seus dois livros Romances sem palavras de 1874 e Sabedoria de 1881. Também é flagrante a influência do gênio de Rimbaud nos temas e nos ritmos. Foi admirado pelos simbolistas que o endeusaram, embora o próprio poeta se quisesse manter independente de qualquer corrente literária.

CHANSON D'AUTOMNE

Paul Verlaine

Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.

Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.

Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte
Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

Postado por: Joana Lucena

Um comentário:

  1. Je ne le crois pas!
    Joana, essa poesia tem história, quando algumas pessoas lerem esse post vão jurar que te obriguei a escolher, de tantas outras, exatamente esta!
    Mas veja que se você escolheu sozinha é porque te comoveu, não?
    Semestre passado, toda minha turma de literatura francesa foi praticamente obrigada a declamar essa poesia em sala de aula, resultado: não esquecemos nunca mais!
    Acabei entrando na biblioteca do CAC e pegando os "Poèmes Saturniens" (que por sinal, é lindo). Amei a surpresa, vocês estão cada vez melhores.
    Félicitations ma chère, j'ai adoré le post!

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